terça-feira, 19 de abril de 2011

Discutir o trote é mesmo importante?

Na quarta-feira dia 06 de abril de 2011, o CAREL (Centro Acadêmico de Relações Internacionais) organizou uma atividade diferente para os calouros do curso: um debate sobre o trote. A atividade se inseria na Semana do Calouro de REL organizada pelo CA. A Semana do Calouro contava ainda com uma aula sobre os projetos de extensão da UnB, Aula Magna ministrada pelo ex-ministro Celso Amorim, visita ao Itamaraty e Senado entre outras atividades.

A maioria das atividades até então realizadas contou com um razoável público dentre os 56 novos calouros, porém o debate sobre o trote parece não ter atendido aos interesses dos novos alunos e surpreendeu ao CAREL ao não ter nenhum interessado.

O CA organizou o debate convidando três alunos para compor a mesa: Manuela, aluna de medicina, organizadora de um projeto de recepção dos calouros de medicina que ocorre em Ceres- GO; Sólon Carvalho, aluno do 5º semestre de REL e integrante do DCE; e André Maia, já graduado em Relações Internacionais e no momento graduando de Direito na UnB.

A ideia era que os componentes da mesa utilizassem seus argumentos em relação ao trote para incitar a discussão entre os calouros e outros alunos de REL que se interessassem em participar da discussão, e com isso que a questão do trote fosse debatida mais a fundo. A gestão atual do CAREL sempre considerou importante se osicionar em relação ao trote, mas optou por não fazê-lo sem antes levar a discussão aos alunos, e resolveu iniciar a discussão com os calouros que em tese são os principais interessados na questão já que eles possivelmente sofrerão o trote ainda esse semestre.

No curso de Relações Internacionais o trote é aplicado pelo 2º semestre do curso, envolve bastante sujeira com tinta, ovo, farinha, óleo, entre outras coisas, e os calouros arrecadam dinheiro no sinal para a realização de um churrasco.

O debate pretendia abordar questões além do fazer ou não fazer o trote, como os motivos de praticar o trote, as consequências, se as pessoas devem ter a liberdade de aplicar e receber o trote, se os calouros querem ou não receber trote, entre outras questões pertinentes em relação ao tema.
Porém, a organização da atividade pelo Centro Acadêmico fez-se desnecessária, pois nenhum calouro apareceu para o debate. Repetindo: nenhum! Tal fato surpreendeu a todos já que os calouros parecem não ter interesse nenhum em discutir o trote que eles próprios sofrerão!

O que é possível deduzir desse fato? Que os calouros querem sim o trote? Que eles não se importam em recebê-lo? Não é possível saber ao certo a opinião deles, mas disso pode-se deduzir que todo o empenho em discutir o trote faz-se desnecessário se os próprios interessados não se importam em defender uma posição.

A comunidade toda está discutindo e debatendo com vigor esse tema. Notícias lotaram jornais e até às vias de fato as pessoas foram em função do trote. Daí, supreendentemente, uma turma INTEIRA nega-se a discutir a questão. Foi fato isolado ou é o caso de se descobrir se tal discussão é realmente necessária ou mero paternalismo e que esse assunto simplesmente não importa?



Centro Acadêmico de Relações Internacionais - CAREL

Universidade de Brasília

7 de abril de 2011

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